Essa doença
que estou chamando aqui de “Caroços na cabeça”, é um problema que me deparei em
minha criação e que não consegui diagnosticar como nenhuma doença que vi na
internet, sendo assim batizei a doença dessa forma.
Perdi alguns bettas com este problema, mesmo
pesquisando não encontrei sintomas parecidos na internet e muitos dos
tratamentos que recomendaram não surtira efeito. Foi tentando salvar meus peixes
e vendo o que ocorria com cada um, os sucessos e fracassos que consegui uma
forma de curar, e quero compartilhar com vocês.
Mas quero
lembrar também, que não sou veterinário, muito menos engenheiro de pesca , sou
apenas um criador de peixes compartilhando sua experiência, então o uso desse
método fica por conta e risco de quem se dispor a utilizá-lo, uma vez que não
tem cunho científico.
Já tive
este problema em duas Fêmeas Pk Butterfly, na ocasião devido a coloração do
peixe fiquei em dúvida sobre os pontos, daí a cabeça de uma delas amanheceu bastante
inchada e o peixe morreu em 1 dia após esse sintoma, então fiz tpa de 100% da
água da outra e dei um banho de sal. Esse procedimento parece retardar a doença
por alguns dias, mas ela voltou com força total e o peixe não resistiu.
Agora o
problema foi em um Lf Comum, um betta muito bonito, que eu tinha muito carinho
por ele. Utilizei o método de banho de sal, pois achei que como estava no
início poderia curar, achei que a tentativa anterior não funcionol pois tinha
sido muito tarde. Mas novamente apenas retardou a doença que voltou arrasadora
e também perdi o peixe.
Adquiri
alguns exemplares gigantes, realmente muito grandes e um deles apresentou o
mesmo problema, como estava recém chegado,
pensei que poderia ser íctio, pois é bem parecido. Mas logo os caroços
apareceram, eu sabia que banho de sal retardava o processo, então utilizei para
ganhar tempo e montar uma estratégia para tentar reverte a situação. Tudo
aconteceu como antes, a doença parece parar, mas depois vem com tudo, então
utilizei Tetraciclina. A tetraciclina teve efeito sobre o inchaço, mas uma
ferida enorme se abriu e começou a consumir a lateral do rosto do betta. Em 24
horas a ferida já estava do tamanho de um grão de arroz e dava para ver alguns
pedaços dele no fundo do aquário. Foi então eu recorri a este método que vou
explicar agora, e que salvou meu peixe.
Solução anestésica:
1ml de óleo
de cravo da índia (Você encontra em farmácia ou lojas que vende produtos para
as unhas)
1 Litro de
água (Eu utilizo água mineral, pois condicionador interfere na ação dos
medicamentos)
4 ml álcool
70%
Modo de
preparo:
Em um
recipiente pequeno, dissolva o óleo no álcool e misture bem. Encha um recipiente que comporte o peixe com 1
litro de água mineral e mistura a solução de álcool e óleo de cravo.
Preparo da betteira
Após o processo
que vou descrever o betta deve ser posto em uma betteira /aquário com uma
solução de tetraciclina, para ajudar na cura do mesmo. Eu sugiro um recipiente
de uns 2 litros, pois recipientes muito grandes demandam mais medicamentos.
Em um recipiente
com dois litros de água, você vai misturar 1/6 de uma capsula de tetraciclina,
para ajudar você na medida, vou explicar como faço, a cápsula quando aberta
possui duas metades, uma maior que a outra, no meu caso o lado preto. Encho a
metade o lado peto (Menor), até um pouco menos que a metade e ponho no
recipiente onde ficará o betta. Depois mecha até que o medicamento se dissolva.
Você deve
preparar isso previamente, pois logo após o procedimento que vou ensinar em
seguida, o betta deve ser posto nesta solução.
Limpeza das feridas
Você vai
precisar de água oxigenada, tintura de iodo e 2 cotonetes. Também vai precisar
de um pedaço de tecido limpo umedecido com água sem cloro (água mineral mesmo).
Agora vamos ao procedimento:
O betta
deve ser posto no recipiente com solução anestésica para que perca os sentidos,
você pode ter em mãos uma pequena vareta, para ir tocando nele até que note que
não reage mais ao toque. Não deixe o
peixe lá por mais de 10 minutos, se ele não dormir em 5 minutos, você pode
preparar um pouco mais de solução de óleo de cravo e álcool e ir adicionando
aos poucos até que ele se mova pouco ou pare de se mover.
Com o peixe
já sedado, retire-o da solução e ponha sobre o pano úmido (cuidado, faça esse
procedimento em um local próximo do chão ou em um local que caso o peixe venha
a pular, não caia de um local alto.
Eu cubro o
peixe com o pano úmido, como se fosse um lençol deixando a cabeça para fora, isso ajuda pera o caso de
ele tentar pular.
Umedeça o
cotonete com água oxigenada, não encharque pois o produto não pode escorrer
sobre o peixe, pois queima a mucosa dele. Passe o cotonete levemente sobre as
ferida, tenha cuidado com os olhos e evite por dentro das guelras.
Agora
umedeça outro cotonete com tintura de iodo, tenha os mesmos cuidados que teve
com a água oxigenada e passe nos ferimentos.
Depois
disso o peixe deve ser posto na betteira com tetraciclina que preparamos
anteriormente.
A princípio
ele vai ficar parado boiando um pouco, mas com o passar dos minutos o efeito da
anestesia vai passando e ele vai ficando bem.
A alimentação
viva com dáfinias ou artêmias é muito indicada, pois como são filtradores,
quando estão em contato com a água medicada do aquário, acabam levando
medicamento para o interior do peixe ajudando na recuperação.
A água deve
ser trocada 100% diariamente por 8 dias, repondo a tetraciclina.
Após 8
dias, mesmo que o peixe não apresente mais os sintomas, faça uma tpa (troca
parcial de água) de 100% sem repor tetraciclina, ponha 5 gramas de sal grosso e
um pedaço de cerca de 10x10cm de folha de amendoeira.
Trocar a
água 50% diariamente, sem repor o sal, durante 7 dias. Observe o peixe, se
nenhum sintoma for observado e os ferimentos tiverem cicatrizado, pode voltar o
peixe a condição normal de tpa (que não deve exceder 7 dias).
Este método
já salvou 4 bettas, três dos quais encontrei com este problema em uma loja e
pedi ao vendedor que deixasse que eu os levasse para tratar o problema.
Espero que
essas informações lhe sejam úteis e ajudem a salvar seu peixe ou mesmo sirva
como aprendizado para você. Utilizei aqui uma linguagem bem simples pois este
texto tem como finalidade atender a todos os níveis de aquaristas.
O método
mais eficiente para combate de doenças ainda é a prevenção, tpas (Troca parcial
de água) regulares, uma alimentação balanceada e espaço, são fundamentais para que
os peixes vivam plenamente.