segunda-feira, 6 de setembro de 2010

6 LIÇÕES DE PEDRAGISMO - NOÇÕES BÁSICAS, DICAS E CONSELHOS

As rochas são utilizadas em aquários muito antes da popularização no “Nature Aquarium”, que busca principalmente no paisagismo japonês tradicional técnicas para a composição de layouts harmoniosos, milimetricamente calculados e exageradamente perfeccionistas. A exploração desses elementos inertes “cheios de vida” e complexidade permite a construção de paisagismos luxuriantes, cheios de riqueza e disseminando beleza nos olhos de seu espectador.

As rochas são, sem sombra de dúvida, o elemento mais estável de um paisagismo. Elas possuem uma grande capacidade de direcionar o olhar de quem contempla um aquário, que inconscientemente utiliza esses elementos inertes para “passear” com os olhos num layout. Por conseguinte, freqüentemente as rochas são a peça-chave para o equilíbrio de todo um paisagismo, que se apóia na própria solidez característica da rocha. Esses belos elementos estabilizam o aquário, podem dividir moitas de plantas e inclusive determinar o caminho que cardumes de peixes percorrem no aquário!
Esse artigo mostrará algumas lições básicas para a composição de jardins aquáticos utilizando rochas como principal elemento inerte. Essas lições não são “leis”, embora seja extremamente aconselhável seguir algumas à risca. Você pode utilizar várias dessas orientações em conjunto, ou prender-se à apenas uma delas. Enfim, aproveite-as.

1. PACIÊNCIA

A principal lição básica do pedragismo. Você deve estar se perguntando: “Por quê ter paciência com uma rocha, se ela não cresce, não muda de lugar e não se mexe?”. Acontece que, encontrar um bom posicionamento de uma rocha num paisagismo nem sempre – ou melhor, quase nunca – é tarefa fácil. Construir uma composição de rochas é, de fato, um exercício de paciência. Muitas vezes, mover uma única rocha de uma composição significa mover todas! Algumas peças teimam em não se manterem no lugar, tombam para os lados, desequilibram-se. Outras fazem sombras excessivas. Muitas não permitem que sua melhor face seja explorada nesse ou naquele paisagismo.
Diante de tantas confusões, uma valiosa dica é primeiro projetar a composição que será utilizada no layout, e depois ir atrás de rochas que se “encaixem” no projeto, buscando peças que mais se aproximem da proposta desejada – outro grande teste de paciência!

2. DISPOSIÇÃO DA ROCHA EM RELAÇÃO AO SUBSTRATO



A rocha é um elemento que serve como base ao paisagismo, equilibrando-o e dando apoio a ele. Sendo assim, é necessário que a rocha transmita estabilidade e solidez, ou seja, aquela famosa disposição de rochas equilibradas uma ás outras, seja formando “pilhas”, tocas artificiais ou “castelinhos” (bastante freqüentes em aquários de iniciantes) é um verdadeiro “pecado” do aquapaisagismo, comprometendo toda a beleza de um layout, que fica muito mais agradável se todas as rochas estiverem descansando sobre o substrato.
No entanto, não basta só colocar a rocha sobre a areia, pois frequentemente ela continuará desequilibrada. É necessário “assentar” a rocha no substrato, o que pode ser feito facilmente com areia cobrindo parte da rocha até que ela pareça estável, como se estivesse naquela posição há muito tempo, com os sedimentos cobrindo parte dela.


3. CENTRO DE GRAVIDADE

Essa lição têm uma íntima relação com a anterior, já que o centro de gravidade de uma peça tem tudo a ver com o equilíbrio da mesma. No paisagismo aquático, é muito bom aproveitar a diagonalidade de uma rocha, contudo, é quase obrigatório respeitar o centro de gravidade da mesma. Sendo assim, jamais force o ângulo de inclinação de uma rocha apoiando-a sobre outra menor!

4. TRIANGULAÇÃO
A triangulação é um artifício inspirado numa das mais antigas técnicas de paisagismo japonês – o sanzon. A forma mais tradicional consiste de três rochas, uma maior e outras duas menores, que equilibram a primeira. Essa composição forma um triângulo imaginário, cujas vértices localizam-se no ápice de cada rocha. As outras duas triangulações mais comuns são compostas por 5 e 7 rochas, que formam 2 e 3 triângulos imaginários, respectivamente



5. AGRUPAMENTOS DE ROCHAS - DUAS OU TRÊS PEÇAS

Principalmente quando usamos pares de rochas (onde a triangulação frequentemente se torna inviável), devemos explorar a diagonalidade das rochas em relação ao substrato. Um esquema muito simples para compreender essa técnica é a apresentada a seguir, que exibe as disposições de rochas (representadas pelos círculos cinzas) mais aconselháveis. As rochas possuem tamanhos diferentes, e o melhor modo de visualizar esse gráfico é considerando a rocha central localizada na proporção de ouro do aquário.




6. TIPOS DE ROCHAS UTILIZADAS

No paisagismo “nature aquarium”, idealizado pelo fotógrafo e aquarista Takashi Amano, as rochas do tipo seixo rolado de rio quase não são utilizadas, pois na maior parte das vezes o formato delas não permite a exploração de diagonalidades e triangulações, já que rochas arredondadas não tem um ápice definido.
As rochas claras também são por vezes negligenciadas (embora não sejam “proibidas”). Além de se confundirem com o substrato geralmente claro, essas rochas chamam muito a atenção para si próprias, criando pontos de tensão exagerados. As melhores cores para rochas são a marrom, a avermelhada e a cinza-escura (conhecidas no ramo da jardinagem como “azuis”).
Não se deve posicionar rochas extremamente semelhantes (tamanho e forma) muito próximas. Uma dos recursos que as rochas nos permite é utilizar-se de particularidades que cada peça possui, e devemos aproveitar isso. Sendo assim, um outro grande erro cometido no pedragismo é manter rochas parecidas em pares “gêmeos”. No entanto, deve ficar bem claro que jamais devemos utilizar rochas de diferentes tipos num mesmo layout!

Flávia Regina Carvalho, setembro de 2004

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Mini estufa de garrafa pet para emergir plantas de aquário

O cultivo emerso pode ser interessante tanto por si só, quanto como forma de propragação auxiliar para o aquário, já algumas plantas apresentam um crescimento bem mais rápido emersas, além de ser uma forma mais segura e barata de cultivo, já que não há problemas com algas, não precisa de sistema de filtragem e nem de aquecimento, então, quando houver uma quantidade desejável da planta, poderá passá-la para o aquário, de preferência com um período de readaptação ao meio aquático.
As únicas exigências do cultivo emerso são a iluminação, umidade e manter sempre um substrato bem encharcado.

Bem, aquí vai uma dica de construção de uma mini estufa feita de garrafas pet, que pode ser usada para adaptação de plantas ao cultivo emerso.

Material para confecção da estufa:

Duas garrafas de refrigerante de 2L (Transparentes)
Tosoura
Broca de 3mm (se você for usar furadeira ou Dremel, caso contrário use um prego)
Lã acrilica

Sobstrato:

Humus de minhoca
Areia de jardim
pó de xaxim (opcional)

Modo de fazer:

1° passo: Cortar o fundo de uma das garrafas, conforme a figura abaixo:



A garrafa deve ficar assim:



2° passo: Fazer furos na segunda garrafa com uma broca de 3mm, prego quente, ou o que você tiver no momento.



Deve ficar bem espaçado, uns 10 furos já são o bastante:



3° Passo: Corte a parte de cima da garrafa que você fez os furos:



Você vai obter duas peças:



4° Passo: Obstrua a boca da garrafa a qual você retirou o fundo, com lã acrílica:



5° Passo: Encha a base da segunda garrafa com água até a metade da altura



6° passo: Ponha o substrato (mistura de areia de jardim, húmus de minhoca e pó de xaxim) na garrafa cuja a boca foi obstruída com lã acrílica.



7° passo: Faça a montagem conforme a figura:



Você deve descer a garrafa até que a água fique no nível do substrato.

8° Passo: Plante a muda recém retirada da água.



Por ultimo: Encaixe a parte superior da garrafa que você fez os furinhos:



Venho utilizando este método a algum tempo e até o momento tive bons resultados:
Deixo aquí algumas estufas que fiz anteriormente e já estão com as plantas bem desenvolvidas.





Espero que tenham gostado, desculpem a qualidade das fotos, mas eu sou um péssimo fotografo.
Em caso de dúvidas é só posta aquí, eu terei prazer em esclarece-las.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Meu Aquário Plantado de 60 Litros




Fauna:
2 Tetras Negros
3 Otociclus
3 Coridoras
2 Botia yoyo
1 Piaba Veú
3 Barbus Cereja

Flora:
Ainda está sendo definida

O aquário tá cheio demais, mais já comprei um maior que está ciclando e eles terão um lar mais confortável.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Ciclo do Nitrogênio

As primeiras semanas de um aquário novo são fundamentais para o sucesso dele. Antes de pensarmos em adquirir peixes para colocarmos em nossos aquários, devemos primeiramente preparar a "casa" para eles. Um aquário é um pequeno mundo vivo em miniatura, e preparar a casa significa estabelecer neste mundinho toda a biologia necessária, que possibilitará vida saudável em um ambiente fechado e pequeno. As fezes, a alimentação não consumida, os dejetos dos peixes e qualquer outra matéria orgânica que se acumula não desaparecem do aquário por efeito de magia. Eles são decompostos por microorganismos, muitas vezes resultando em substâncias tóxicas. Mas como a natureza é sábia existem seres que nada mais querem do que transformar essa matéria decomposta em outros compostos que possam ser novamente aproveitados por outros seres. Uma das mais importantes classes de compostos que resultam da decomposição são os nitrogenados, e o processo pelo qual eles são gradativamente transformados é chamado de Ciclo do Nitrogênio.

Como e quem faz essas transformações? São seres microscópios chamados bactérias nitrificantes, cuja função na natureza são de decompositores dos compostos nitrogenados. Ao montarmos um aquário novo, essas bactérias só existem em quantidades muito pequenas (aquelas poucas que por acaso vieram junto com a água, com o cascalho, etc.). Portanto é fundamental, nas primeiras semanas, fazer com que esta colônia de bactérias se multiplique até atingir uma quantidade que seja capaz de processar os dejetos dos peixes que virão a seguir. Assim, dependemos da formação de uma boa colônia de bactérias nitrificantes para que possa haver vida saudável em nossos aquários. Na linguagem do aquarismo, esse período inicial de formação da colônia costuma ser chamado de ciclagem do aquário. Um aquário só estará pronto para receber a população principal de peixes quando ele estiver devidamente ciclado. Este processo normalmente leva entre 2 e 6 semanas para se completar.

Vamos entender melhor como é este ciclo. O nitrogênio (N) é um elemento químico que entra na constituição de duas importantíssimas classes de moléculas orgânicas: proteínas e ácidos nucleicos. Embora esteja presente em grande quantidade no ar, na forma de gás nitrogênio (N2), poucos seres vivos o assimilam nessa forma. Apenas alguns tipos de bactéria, principalmente cianobactérias (antigamente conhecidas como algas azuis ou cianofíceas), conseguem captar o N2, utilizando-o na síntese de moléculas orgânicas nitrogenadas. Essas bactérias são denominadas fixadoras de nitrogênio. Eles acabam sendo comidas por outros organismos, que por sua vez são comidos por outros animais, e assim por diante até que os compostos nitrogenados estejam espalhados por todos os seres vivos.

Quando esses compostos nitrogenados são liberados, (pela morte de um organismo, ou parte dele, ou pelas suas excreções), eles são processados por bactérias decompositoras, e um dos principais produtos dessa decomposição é o gás Amônia (NH3). A amônia, em contato com a água, forma o Hidróxido de Amônio (NH4OH), uma substância altamente tóxica que em grandes concentrações tem o efeito de uma base altamente corrosiva. A amônia é uma substância muito perigosa para os peixes, e a sua toxicidade depende da temperatura, do pH e da salinidade da água. Por exemplo, quanto mais ácido for o pH, mais Hidróxido de Amônio é neutralizado e portanto diminui a toxicidade da amônia. Por outro lado, quanto mais alcalino o pH mais perigosa é a Amônia. Felizmente, essa substância é consumida por bactérias do gênero Nitrosomonas, que na presença de oxigênio transformam a amônia em Nitrito (NO2-) obtendo energia através do seguinte processo:


2 NH3 + 3 O2 ----> 2 HNO2 + 2 H2O + Energia

O HNO2 (ácido nitroso) dentro da água se dissolve liberando o íon nitrito (NO2-). O nitrito é mais uma substância altamente tóxica para plantas e animais, mas felizmente ele também não se acumula em um aquário bem montado, pois logo as bactérias do gênero Nitrospira o transformam em Nitratos (NO3-), também obtendo energia pela reação:


2 HNO2 + O2 ----> 2 HNO3 + Energia

Agora sim, o nosso nitrogênio que partiu das moléculas orgânicas decompostas finalmente assumiu uma forma bem menos tóxica. No aquário, o nitrato vai lentamente acumulando como resultado desse processo. Mas não devemos deixá-lo acumular muito porque isso acaba levando ao crescimento excessivo de algas que o aproveitam como nutriente. Para evitar isso, fazemos regularmente trocas parciais de água e, melhor ainda, colocamos plantas naturais no aquário, pois o nitrato é prontamente consumido por elas. Aliás, as plantas também são boas consumidoras de amônia, e portanto ajudam muito a manter essa toxina sob controle.

As bactérias nitrificantes irão fixar-se em qualquer local onde haja uma boa oxigenação (visto que o processo principal do ciclo é aeróbico, ou seja, com a presença de oxigênio). Porém, as colônias serão mais prósperas em locais onde não haja muita luz, e onde a corrente de água não as moleste em demasia. Esta é a parte mais importante do Ciclo do Nitrogênio em termos de aquarismo, mas na verdade ele não para por aqui. Por exemplo, se faltar oxigênio na água o Nitrato pode ser transformado novamente em Nitrito ou então, por um processo chamado denitrificação, ele volta a ser transformado por bactérias anaeróbicas em nitrogênio gasoso (N2), e o ciclo fica completo.

Agora que sabemos como é o Ciclo do Nitrogênio, podemos entender melhor como devemos proceder em um aquário novo para garantir um ambiente saudável para os peixes. O processo de colonização dessas bactérias ocorre sem que seja necessária a sua intervenção, basta que haja uma fonte de matéria orgânica. Uma vez montado o aquário, colocada a água e ligados os filtros, precisamos fornecer um pouco de amônia para dar início ao processo de ciclagem. Às vezes a própria água de torneira já vem com amônia, mas em geral é melhor incentivar o processo. Mais uma vez, uma ótima maneira de começar é colocando plantas naturais. O seu próprio metabolismo e as folhas que caem fornecem o nitrogênio inicial, e como já dissemos elas ajudam a evitar que o nivel de amonia suba demais. Também se pode colocar uma pitada de ração, ou um pequeno pedaço de peixe ou camarão, e existem produtos comerciais incentivadores do ciclo. Outro bom procedimento é usar um pouco de cascalho e/ou água de um aquário já maturado, que esteja seguramente em boas condições.

É muito comum colocar "peixes cicladores" para acelerar o processo também. Acrescenta-se uns 2 ou 3 peixes resistentes (paulistinhas, por exemplo) para viver no aquário enquanto este está passando pela ciclagem. Mas este não é um bom procedimento pois se está submetendo estes peixes a um stress desnecessário. O ideal é comprar um kit de testes completo de água doce (pH, amonia, nitrito, nitrato) e acompanhar as subidas e descidas da amônia e do nitrito. Quando o nitrito cair a zero depois de ter subido, o aquário está pronto para iniciar a colonização dos peixes. Mas mesmo assim a população deve ser aumentada gradualmente, para permitir que a quantidade de bactérias também vá se adaptando ao aumento da carga biológica.

Vany Devos, Tiago Beltrão e Marcos Avila

Em breve, Cilindro de CO2 em PVC

Estarei mostrando, passo a passo, a montagem de um cilindro de CO2 em PVC.
Este projeto é o resultado de inumeras pesquisas feitas pela Internet.